Silva, .Mariana Candida da
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo demonstrar a relação dos desafios do transtorno de ansiedade e o isolamento social, busca levar informações em como essa patologia interfere diretamente na rotina das pessoas, as formas em que podem ser enfrentadas; já que diante do impacto que a doença Corona Vírus trouxe existe outra preocupação que vai além da saúde física, a saúde mental e como preservá-la.
Palavras-chave: Ansiedade, Isolamento social, Saúde Mental.
INTRODUÇÃO
O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China, coronavírus (SARS-CoV-2) é uma família de vírus que causam infecções respiratórias, que apresenta um quadro clínico que varia de infecções assintomáticas a quadros respiratórios graves. Por ser uma doença altamente contagiosa e muitas vezes agressiva ao ser humano, foi adotada uma série de medidas para a prevenção e tratamento, e uma delas é o isolamento social considerado um dos fatores mais importantes para evitar a propagação de acordo coma Organização Mundial da Saúde (OMS). Devido a isso o número de pessoas que sofrem do transtorno de ansiedade aumentou e para aqueles que já sofriam antes da pandemia se tornou mais um grande desafio a ser enfrentado.
A ansiedade em tempos de pandemia
Sabe-se que atualmente os transtornos psicológicos são um dos principais motivos de adoecimento tanto no Brasil como no mundo. Estima-se que aproximadamente 18,3 milhões de pessoas que sofrem com a ansiedade, segundo a OMS, o Brasil é o país que tem o maior numero de pessoas que convivem com esse transtorno.
Esse transtorno é uma patologia psicológica que possui quadros clínicos com características como o medo (resposta emocional a uma ameaça real ou percebida) e ansiedade (antecipação de ameaça futura) em excesso; e se apresenta no corpo humano de diversas formas: tremor, coração acelerado, falta de ar, preocupações persistentes e muitas vezes sensação de desespero com situações futuras etc.
Mas é importante ressaltar a diferença entre ansiedade normal e ansiedade patológica, pois a ansiedade normal normalmente surge alguma situação que pode acontecer, ou seja, tem um motivo, geram pensamentos repetitivos mas que não atrapalham na rotina normal do indivíduo diferente, sendo assim pode ser sentida por todo ser humano; da ansiedade patológica que além do indivíduo ter sintomas psicossomáticas como, dores de cabeça, insônia, sudorese, tremores, taquicardia, os pensamentos repetitivos e intensos interferem na sua rotina normal, e surgem sem um motivo específico.
E devido ao surgimento da doença Coronavírus, juntamente com o seu impacto causado mundialmente, o isolamento social é a melhor maneira de se achatar a curva de infecção e evitar um colapso no sistema de saúde, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Entretanto, essa medida também trouxe uma série de desafios a serem enfrentados além da doença propriamente dita, problemas financeiros, distanciamento social de familiares e amigos próximos, proliferações de fake news nas redes sociais, fizeram com que o medo constante de contrair o vírus as estruturas psicológicas sólidas foram essencialmente alteradas.
A busca pelo alivio imediato
De acordo com O médico psiquiatra Leonardo Moreira, mestre pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul em prevenção e assistência a usuários de álcool e outras drogas e doutorando em bioética pela Universidade do Porto, em Portugal, explica que a ansiedade é uma reação normal no atual período.
Ele explica, “Na saúde mental, o isolamento já traz um agravamento grande da ansiedade. Muitas vezes o alívio pode não vir por meio da atividade física. Nesse caso, muitas pessoas recorrem à comida, ao álcool, ao tabaco ou mesmo em outro tipo de droga, que acaba trazendo mais prejuízo para a saúde mental”. Dessa forma o médico adverte sobre a maneira como se busca os meios para aliviar os sintomas da ansiedade, e evitar o seu agravamento.
O médico ainda alerta que sobre os fatores biológicos que acabam sendo facilmente alterados no período o sono e a alimentação. “Dormir em horários diferentes alterações no apetite são sinais de alerta”
Diversos profissionais da saúde mental, tais como psicólogos e psiquiatras indicam as maneiras corretas que ajudam a evitar uma crise de ansiedade e dicas de manter a saúde mental da melhor maneira possível.
A psicóloga Ivy Faria Cunha Cardoso apontou recomendações para o enfrentamento do transtorno “Existem diversas formas de escape e de fuga do pensamento acelerado e constante (causador da ansiedade), a primeira coisa que podemos (e devemos) fazer é estar atentos as informações, lendo apenas aquilo que for de extrema confiança e nos apegando apenas aquilo que é necessário; fake news e mensagens de tristeza/sofrimento extremo podem ser evitados.”
A psicóloga também orienta:
• Buscar fazer coisas que de alguma forma possam trazer prazer, positivas e extremamente benéficas para a sua saúde;
• Fazer leitura de um bom livro, assistir filmes interessantes e uma séries que gostaria de ver mas que não tinha tempo antes;
• Criar uma rotina interessante onde poderá ter momentos para si mesmo, momentos para a família e momentos para fazer algo que você goste (consigo mesmo e com os membros de sua casa);
• Praticar atividades físicas – elas são fatores que além de prazerosas, liberam energia e reduzem a ansiedade;
• Manter contato com um amigo distante, mesmo que seja pelas redes sociais;
• Viver um dia de cada vez – evite pensar muito nas conseqüências de tudo isso.
Além das recomendações publicadas pela Organização Mundial da Saúde para preservar a saúde mental, publicado e sintetizado pela autora Maria Tereza Santos (2020) através do site Veja Saúde
“Se porventura você precisar ficar em casa ou no hospital, tenha cautela com as notícias sensacionalistas e conserve o que for possível das suas atividades diárias. Apesar do isolamento físico, comunique-se com seus familiares e amigos por internet e telefone. Nos períodos de maior estresse, foque nas suas necessidades e envolva-se em atividades que goste e ache relaxante. Se exercitar (mesmo que na sala), ficar com o sono em dia e comer alimentos saudáveis sempre é uma boa.”
Diante disso, é importante estar atento aos sinais, e perceber que o cuidado com a saúde mental é tão importante quanto a saúde física, o isolamento social é um exemplo que os dois andam de mãos dadas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste artigo buscou mostrar em como a saúde mental é afetada durante o período do isolamento social, e conseqüentemente o transtorno de ansiedade acaba se manifestando com mais facilidade, já que as pessoas que vivem em isolamento estão mais propensas em ser acometidas devido a diversos fatores, sejam emocionais ou psicológicos.
Após a pesquisa realizada, pode-se dizer que, tomando os devidos cuidados para proteger-se do vírus, mas mantendo sempre a calma e a confiança é possível enfrentar os desafios que assolam tantas pessoas diariamente da melhor forma e disposição. Uma disposição positiva e confiante contribuirá para o sucesso em vencer os obstáculos.
Este artigo mostra a devida importância em levar informações sobre o transtorno de ansiedade e que neste período de pandemia é natural que as pessoas estejam mais ansiosas que o normal, porém é necessário discernir o transtorno de ansiedade normal e a ansiedade patológica, além de fornecer recomendações de como preservar a saúde mental de acordo com os profissionais da saúde mental e a OMS.
REFERÊNCIAS
SERRA Ana Maria (2020) - Ansiedade e Medo em Tempos de Corona Vírus http://www.itcbr.com/artigo-ansiedade-e-medo-em-tempos-de-coronavirus Acesso em 24/05/2020.
Ministério da Saúde (2020)- Sobre a doença https://coronavirus.saude.gov.br/sobre-a-doenca. Acesso em 24/05/2020
RIOS Renata, MEDEIROS Israel, SENA Jailson (2020) www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2020/04/22/internabrasil,846947/durante-isolamento-e-importante-ficar-atento-aos-sinais-deansiedade. Acesso em 24/05/2020
SANTOS Maria Tereza (2020) https://saude.abril.com.br/mentesaudavel/coronavirus-saude-mental-pandemia/. Acesso em 25/05/2020
CARDOSO Ivy Faria Cunha (2020) https://www.vittude.com/blog/falapsico/ansiedade-em-tempos-de-isolamento-social/. Acesso em 25/05/2020