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ALTERNATIVAS DE ATENDIMENTO PSICOLOGICO EM TEMPOS DE PANDEMIA

Pires, Raphaela.





RESUMO

Com o momento atual de pandemia que está assombrando o Brasil, é possível perceber um grande aumento nas taxas de transtornos como a ansiedade, a depressão, TOC, síndrome de pânico e alucinações. Isso se deve principalmente ao isolamento, no qual grande parte da população se vê assombrada pelo medo do contágio e pela necessidade de proteger seus entes queridos. Sabemos que o contato humano é uma parte importante para a saúde psicológica do ser humano. O bem estar da mente, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) está ligado a saúde física e ao contato social, fazendo-se necessária uma atenção especial de todos os tipos de vertentes para garanti-la. Por esta razão, é possível perceber a importância do psicólogo e do acompanhamento psicológico, ainda que combinado com outras atividades, para melhorar a saúde mental de todos os seres humanos que se veem nesta situação de estresse dentro da pandemia.


Palavras-chave: psicologia – pandemia- transtornos – atendimento psicológico – depressão – ansiedade – pânico – isolamento social – saúde mental.


INTRODUÇÃO


Este artigo tem por finalidade falar sobre as taxas de transtornos, que vem crescendo drasticamente dentro do período de pandemia e isolamento social, e como as alternativas psicológicas se fazem necessárias para ajudar a melhor a saúde mental de todas as pessoas que enfrentam este tipo de problema em sua trajetória dentro de casa.

Será tratado, também, sobre como pessoas que já estavam em tratamento sofrem com a falta do mesmo, muitas vezes procurando outras alternativas de estar em contato com seus profissionais de saúde de confiança, e como os psicólogos estão recebendo orientações e disponibilizando-se para melhor atender a população, como consultas online e lives, que ajudam o público que sofre com inúmeros problemas - que os leva para um estresse em demasia e grandes preocupações - a não se sentir sozinhos e abandonados, ou mergulhados em frustrações.


A IMPRESCINDIBILIDADE DO ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO NA LUTA CONTRA O SUICÍDIO.


Os efeitos do período de pandemia estão repercutindo em toda a sociedade e são totalmente inegáveis. Como já era de se esperar, a saúde mental de grande parte da população está ameaçada e frágil pelo medo e pelas mortes, elevando, assim, a taxa de suicídios e de transtornos que estão sendo manifestados em pessoas que moram sozinhas ou até mesmo pessoas que foram impossibilitadas de ficar em suas casas por conta de seus trabalhos e profissões.

Muitas pessoas estão sofrendo pela tensão social, até mesmo por ainda precisarem sair de suas casas para trabalhar, serviços essenciais que são necessários para todos neste momento. São milhares de médicos, enfermeiros, atendentes de mercados, trabalhadores de industrias, entre outros, que arriscam suas vidas para levar saúde, alimentos e proteção para as casas de quem está isolado. Pessoas estas como os profissionais da área da saúde, que se colocam em “linha de frente” e se expõem todos os dias para cuidar dos pacientes que contraíram o COVID-19, que pensam em seus familiares em suas casas, temendo por estes e por si próprios, e acabam sofrendo com um nível elevado de estresse e de ansiedade.

Outro fator que também corrobora com a taxa de suicídio é a elevação do número do desemprego no país, juntamente com trabalhadores autônomos prejudicados pela época de cortes e de confinamento, no qual sofrem com a falta de dinheiro e dívidas acumuladas, aumentando seus sentimentos de incredulidade e instabilidade.

A estas taxas também não excluímos os alunos, impossibilitados de frequentar suas aulas, vivendo um momento de adaptação com o distanciamento e o confinamento em suas casas, muitas vezes atarefados e se esforçando para continuar seus estudos. Tendo dito isto também se faz necessário falar das crianças, que neste período de confinamento acumulam energias e ficam elétricas pela liberdade que lhe foi tirada, não podendo realizar suas brincadeiras e até mesmo se limitando apenas ao contato com os pais e irmãos, sem o contato social que, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), é totalmente necessário para o desenvolvimento em sociedade.

São mais de 23.102 mortes já confirmadas de covid-19 no Brasil até o dia de 20 de maio 2020, chocando e assustando a maior parte da população. Esta agonia está levando jovens e adultos a desenvolverem transtornos como ansiedade e depressão, transtornos mentais severos que, quando em grau elevado, podem levar ao suicídio. Infelizmente, o previsto pela OMS (Organização Mundial de Saúde) é que a taxa de suicídio triplique, usando como base 5,1% para cada 100 mil habitantes registrados em 2015, chegando a cerca de 1,5 milhão em 2020, em meio ao confinamento.

Nota-se, desta forma, que a pandemia prejudica o psicológico social das mais diversas formas: as vítimas e seus familiares, frágeis e afetados diretamente pelo COVID19, seguidos dos profissionais da área da saúde, que colocam a si e a seus familiares em risco e sob quantidade intensa de estresse e nervosismo. Não muito atrás, estudantes e profissionais afastados de seu convívio comum, de suas profissões e com desempenho reduzido, vida desregulada, com excesso de informações negativas que permeiam essa crise mundial, além, é claro, das segundas maiores vítimas fatais desse período: os trabalhadores autônomos e liberais, sem políticas sociais que garantam sua subsistência, e com a vida permeadas pelo terror não só do contágio pelo vírus, mas também de como conseguir manter e garantir a vida de sua família.



ALTERNATIVAS DE ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO


Em tempos de pandemia e isolamento social, muitos pacientes tiveram que deixar a terapia, e há também pessoas que devido ao período desenvolveram um estado de estresse, ansiedade, depressão entre outros, que não conseguiriam agendar uma consulta com o psicólogo em seu consultório, procurando muitas vezes de forma equivocada resolver seus problemas sozinhas, ou até mesmo, como foi visto, cedendo e tirando suas próprias vidas.

Percebendo a dimensão da situação o Conselho Regional de Psicologia, a fim de não propagar o vírus e ainda assim garantir a saúde mental da população, liberou que pudessem ser feitas consultas on-line, todas dentro do Código de Ética e com o CRP de cada psicólogo, onde primeiramente o profissional precisa se cadastrar no E-psi, para então só depois começar a atuar nas plataformas disponíveis. Esta medida foi tomada para que pudesse ser mais fácil o monitoramento de veracidade de cada participante inscrito.

Embora algumas plataformas já estivessem em funcionamento antes deste pronunciamento, pois, como foi divulgado no Brasil, a terapia on-line teria sido liberada antes mesmo da pandemia, pela resolução CFP nº 011/2018 que autoriza serviços on-line como consultas e atendimentos psicológicos, processos de seleção de pessoal, supervisão técnica e aplicação de testes psicológicos, desde que devidamente autorizados pelo SATEPSI e normativas vigentes do CFP. Claro que estes serviços tem seu custo, que variam de cada psicólogo, muitos por sua vez avaliam os valores de consulta de acordo com o que o paciente pode pagar ou fazem acordos para que ninguém fique sem o atendimento, ainda que não desrespeitando a valorização do serviço de cada profissional.

Como mais uma alternativa, existem as universidades, em que os professores de psicologia e até mesmo de outras áreas estão fazendo lives e se disponibilizando pra ajudar quem está sofrendo com problemas emocionais na pandemia, um exemplo disso é a Unifaccamp, USP, UNIP, Uninove, entre outras. Todas disponibilizando conteúdos a comunidade com profissionais qualificados na área para melhor atender ao público, todos gratuitos para quem não possui condição de pagar por uma consulta on-line. Alguns hospitais também possuem psicólogos de prontidão para ajudar aos pacientes que se encontram infectados e também para auxiliar seus familiares.

O CPF (Conselho Federal de Psicologia) também orienta os psicólogos em como agir mediante a situação do covid-19, ainda reforça a possibilidade do exercício profissional a atuação em emergências e desastres, assim informam:


• (O) profissional deverá observar recomendações do Ministério da Saúde, OMS, Secretarias de Saúde e autoridades civis sobre eventuais possibilidades de quarentena,

resguardo, isolamento. Para fins laborais, deverá seguir a legislação vigente referente a atestado de afastamento;


• Recomenda-se a prestação de serviços em locais ventilados, não fechados, que permitam manter distância de um a dois metros entre pessoas, se possível. Até o momento, não há orientação das autoridades para suspensão de atividades;


• Caso a(o) profissional opte pela prestação de serviços psicológicos realizados por meios de tecnologia da informação e da comunicação, como o atendimento on-line, deverá seguir as orientações da Resolução CFP nº 11/2018, em especial a necessidade de realização de um cadastro prévio junto ao seu Conselho Regional de Psicologia (CRP);


• Se houver dúvidas sobre o atendimento on-line ou sobre o cadastro, procure orientações junto ao respectivo CRP;


• As ações da(o) psicóloga(o) devem contribuir para: – orientar sobre aspectos de higiene que visem a minimizar riscos de contaminação; – conscientizar sobre eventuais mudanças de hábitos e possíveis implicações emocionais advindas dessas mudanças; – abordar, quando necessário, implicações emocionais de uma possível quarentena e de aspectos psicológicos do isolamento, em especial de pessoas idosas; – exercer a profissão segundo os princípios do Código de Ética Profissional do Psicólogo, prestando informações precisas de modo a não causar pânico.

Alguns psicólogos ainda fazem algumas recomendações como:


• Reduzir a exposição às notícias;


• Ocupar a mente com atividades diversas;


• Manter o pensamento positivo tendo ciência de que está fazendo a parte que lhe cabe e que não temos controle sobre tudo e todos;


• Pensar no futuro, de forma moderada, e fazer planos positivos e prazerosos. Para quem não consegue fazer isso sozinho, recomenda-se procurar ajuda de um psicólogo;


• Estabelecer uma rotina, um ritmo para o seu dia;


• Manter os cuidados pessoais. Se arrume, mesmo para ficar em casa;


• Buscar, na medida do possível, algumas atividades prazerosas para fazer como ouvir músicas, ler um livro, um jogo em família etc;


• Usar a tecnologia para se conectar com as pessoas. O isolamento é físico e não emocional;


• Lembre-se que tudo é passageiro.


Reforçamos ainda, as recomendações da OMS sobre medidas de prevenção, tais como:


• Lavar as mãos frequentemente com água e sabão;


• Usar antisséptico de mãos à base de álcool gel 70%;


• Ao tossir ou espirrar, cobrir boca e nariz com a parte interna do cotovelo, evitando usar as mãos;


• Optar por lenços descartáveis;


• Manter os ambientes ventilados, com janelas abertas;


• Caso apresente os sintomas, procure a unidade básica de saúde mais próxima de sua casa, evitando a superlotação de hospitais sempre que possível.



CONSIDERAÇÕES FINAIS


Através deste artigo é possível perceber a importância do papel do psicólogo como profissional apto para atender a população que está sendo assombrada pela situação atual do Brasil com a pandemia e o período de isolamento social. São inúmeros os casos de problemas psicológicos, causados por estresse, medo, ansiedade e nenhuma afirmação de melhora para o COVID-19. A população sofre com o desemprego, a falta de dinheiro, o isolamento e a solidão, perda de entes queridos entre outros fatores, situação na qual, muitas vezes, alguns optam por tirar suas próprias vidas.

Para conter os maiores casos de suicídio e o crescimento de pacientes com transtornos, foram disponibilizados algumas plataformas de atendimento on-line, nas quais os psicólogos cadastrados atendem a pacientes que buscam por ajuda para lidar com suas emoções e frustrações , sendo todos os atendimentos de acordo com a normas do Código de Ética e não violando os direitos humanos. O CPF (Conselho Federal de Psicologia) ainda faz alguns apontamentos aos psicólogos para melhor atender a população, e ainda reforça a indicações da OMS (Organização Mundial de Saúde) para se prevenir do COVID-19.

Ainda sobre alternativas de atendimentos, muitos psicólogos fazem indicações para que os pacientes que estão em quarentena possam continuar cuidado de sua saúde mental em suas casas, com etapas e afazeres simples que são possíveis de serem feitos em suas casas, para estabelecer uma ordem de rotina e manter a disposição.

Vale lembrar também que muitos profissionais de universidades se disponibilizaram atrás vez de lives e palestras on-line para uma conversa com a população, para que seja menor a sensação de abandono e solidão. Todas são gratuitas, repletas de dicas e de conselhos para quem não está conseguindo se adaptar ao isolamento.



REFERÊNCIAS


casaes, v. (03 de março de 2020). Acesso em 20 de maio de 2020, disponível em https://www.folhape.com.br/noticias/noticias/educa-maisbrasil/2020/03/20/NWS,134315,70,1296,NOTICIAS,2190-SAUDE-MENTAL-TERAPIALINE-ALTERNATIVA-PARA-PACIENTES-TEMPOS-PANDEMIA.aspx.


casos, m. d. (20 de maio de 2020). Acesso em 20 de maio de 2020, disponível em https://news.google.com/covid19/map?hl=pt-BR&gl=BR&ceid=BR%3Apt419&mid=%2Fm%2F015fr.


Gjik, L. (abril 15 de 2020). Acesso em 20 de maio de 2020, disponível em http://www.esquerdadiario.com.br/O-suicidio-juvenil-em-tempos-de-pandemiaquarentena-e-crise-economica.


livre, c. (05 de maio de 2020). Acesso em 21 de maio de 2020, disponível em https://catracalivre.com.br/saude-bem-estar/saiba-onde-encontrar-atendimentopsicologico-gratis-em-sao-paulo/.


Monica, H. d. (março de 2020). Acesso em 19 de maio de 2020, disponível em https://hospitalsantamonica.com.br/a-saude-mental-e-a-importancia-dela-na-vidadas-pessoas/.


Psicologia, C. R. (03 de abril de 2020). Acesso em 21 de maio de 2020, disponível em https://site.cfp.org.br/coronavirus-comunicado-a-categoria.









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