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Isolamento social e suas conseqüências para a mente : Adaptação familiar – Convivência pais-filhos

Silva, Gustavo; Farias, Hilary.




RESUMO

O presente artigo procurou abordar as mudanças na rotina entre pais e filhos durante o isolamento imposto pelo novo coronavirus, obrigando com que todos redescubram novas formas de se relacionar e a conviver, tornando essa passagem intensa e desafiadora. Assim o nosso objetivo central foi de identificar através dos trabalhos de psicólogos, psicopedagogos e pedagogos formas de orientações para amenizar os impactos que o isolamento social traz para essas famílias, ajudando no convívio, na sua rotina e no lazer de cada um deles.


Palavras-chave: Família, relação pais e filhos, isolamento, convivência, rotina.


INTRODUÇÃO


A pandemia foi algo que mudou a vida de milhares de pessoas em todo o mundo, com a doença se espalhando com números alarmantes, segundo a folha informativa do site OPAS Brasil “A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, em 30 de janeiro de 2020, que o surto da doença causada pelo novo coronavírus (COVID-19) constitui uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional – o mais alto nível de alerta da Organização, conforme previsto no Regulamento Sanitário Internacional. Em 11 de março de 2020, a COVID-19 foi caracterizada pela OMS como uma pandemia”, fazendo com que a população entrasse em desespero e com isso deixando insegurança em suas rotinas normais, assim com os números só crescendo como dito no site OPAS Brasil “Foram confirmados no mundo 4.893.186 casos de COVID-19 (103.981 novos em relação ao dia anterior) e 323.256 mortes (4.467 novas em relação ao dia anterior) até 21 de maio de 2020.” O isolamento social foi e esta sendo uma das melhores medidas de proteção contra essa pandemia, assim evitando o contagio e diminuindo a proliferação dessa doença que vem causando tantas destruições.

E com isso as famílias que entraram em isolamento social alem do desafio do dia a dia, os pais tiveram que lidar com outro tipo de mudança, o convívio mais assíduo com os seus filhos, e o que torna esse convívio mais intenso e radical, é os seus filhos sem as suas rotinas habituais, tornando essa mudança mais trabalhosa para algumas famílias e como se trata deu uma mudança tão repentina e extrema, sabemos que não é fácil de lidar, principalmente quando se trata de algo que não sabemos ao certo, onde nos trás insegurança, medo e muitas vezes desconfiança, e que o isolamento é a única certeza de que assim tudo isso vai passar. É difícil de aceitar e para muitas pessoas e famílias está sendo desgastante passar por este momento, onde estão tendo que reaprender a conviver de um jeito diferente e aprendendo a lidar com a ansiedade de poder sair deste momento, quanto antes.

Assim o presente trabalho teve como objetivo através das mudanças de rotinas e de uma nova realidade entre a relação pais-filhos, a de ajudar essas famílias através de pesquisas e trabalhos de profissionais como psicólogos e psicopedagogos, a como deixar esse desafio de manter essas crianças e adolescentes ocupadas em casa, através da criação de uma rotina nesse período de isolamento, de forma atrativa e inteligente, assim estimulando também o dialogo como oportunidade ideal para pais e filhos realizarem atividades juntos, permitindo a continuação de atividades escolares, mas dando também um espaço ao lúdico.

Nesse sentido, pretendemos através deste estudo mostrar para famílias que sofrem com esse impacto da pandemia como deixar a convivência pais-filhos menos obrigatórias e mais satisfatórias para ambos os lados, assim permitindo que famílias adotem um novo modelo de relacionamento, comprometimento, com lições aprendidas e laços refeitos ou até ainda mais fortes, mostrando que o convívio familiar implicado pelo isolamento, pode ser um desafio, porem um desafio divertido.


DESENVOLVIMENTO


Referente ao isolamento social foi o refúgio mais adequado para a prevenção contra o COVID-19, e isto é algo que não é comum para toda a população, pois os seres humanos são movidos por grupos sociais, como: família, escola, trabalho, universidade e outros. Ao longo da vida, as pessoas desde o nascimento sentem a necessidade de socialização com mais pessoas e acabam criando vínculos afetivos. Esses vínculos acabam se tornando parte do dia a dia das pessoas, sentindo necessidade de estarem perto uma das outras, e com o distanciamento social, esses vínculos que eram presenciais acabam sendo extintos, trazendo angústias e falta de um acolhimento afetivo entre as pessoas.


Segundo Waldemar José Fernandes “na psicanálise dos vínculos damos muita importância à presença do “outro real externo”, que fortalece o ego e nos esclarece concretamente sobre a presença do outro, que é diferente de nós, e com quem teremos de conviver, tanto com relação às partes desconhecidas que temos dentro de nós, como também à alteridade que encontramos na cultura, nas instituições e na sociedade”

É importante destacarmos em meio à pandemia, o contexto familiar, analisando assim dificuldades no convivo entre pais e filhos, saber lidar com tarefas de trabalho e escola dentro de casa, é algo que fugiu da rotina desses pais e os mesmos estão se adaptando a tudo isso, sem descartar a doença que também tem ocasionando mais ansiedade para sair deste cenário.


Lago et al. (2010), o vínculo entre pais e filhos deve ser o mais forte de todos os laços humanos já que é a partir deste laço que se desenvolvem todas as ligações subsequentes da criança.(Lago at al.,2010)

Em meio ao isolamento social, os pais se vêem em um cenário, onde devem se adaptar a ficar em casa todos os dias e em tempo integral com os filhos, ao contrário de um momento fora do isolamento, onde trabalham e os filhos vão à escola. Tanto os pais como as crianças, por conta do isolamento, começam a se sentir presos e não sabem como fazer o tempo passar e isso acaba gerando angústias e ansiedade de sair desse novo cenário logo.

Muitos pais acabam entraram em um stress, por não saberem como agir com os filhos nesse momento, pois acabam assumindo também o papel de professores em casa, tendo que ensinar e ajudar o filho com as lições escolares, por não saberem como agir neste âmbito escolar, pois não são profissionais hábitos da área, acabam cobrando seus filhos de que devem saber o que o professor está pedindo e não consegue muitas das vezes suprir a necessidade de ajudar o filho a aprender.

Becker et al. (2007) O professor é responsável pelo processo de aprendizagem do aluno. Para ensinar, ele precisa aprender seu aluno, como lembrava Paulo Freire (1995); saber das capacidades e, portanto, das necessidades cognitivas do aluno. Por esses dois motivos combinados, ele se torna um pesquisador no sentido amplo. (Becker at al., 2007)

Essa sobre carga nos pais se dá pela ausência de uma rotina mais equilibrada e adequada, não sabem ajustar tudo isso ao mesmo tempo, trabalho que se tornou em muitos casos remotamente, escola dos filhos que passa a ser em casa e o professor é os país, sentindo assim a necessidade da rotina novamente, onde antes tinham professores e a escola para dar esse suporte de ensino aprendizagem, saber conciliar todas essas tarefas sem poder sair de casa, sem poder ver pessoas que criaram vínculos afetivos fora de casa é algo de extrema dificuldade tanto para os pais quanto para as crianças e adolescentes.



E-BOOK


Com o intuito de ajudar e amenizar o sofrimento psíquico dessas famílias, profissionais que atuam na área de saúde mental, psicólogos, estão criando diversos E-Book onde ajudam pais a se adaptar nesse momento de isolamento social, mudando um pouco a rotina com os filhos, trazendo bem estar e um convívio mais harmonioso entre pais e filhos.

É importante destacar que esses E-BOOKS, são pesquisas realizadas por psicólogos que atuam em atendimento psicoterapêutico e buscam neste momento de pandemia, auxiliar os pais de maneira lúdica e divertida, pois sabe-se que a maioria dos pais não tem nenhuma formação como pedagogos e/ou psicopedagogos, encontrando assim muitas dificuldades em suas relações com os filhos. Os E-BOOKS mostram diferentes formas de adequar uma rotina agradável para pais e filhos, são constituídos por diversas brincadeiras como: receitas culinárias, caça palavras, montagem de massinhas, músicas, quebra-cabeça divertido, historinhas, cabanas, amarelinha, caça ao tesouro, sessão cinema, jogos de tabuleiros, jogo da memória, jogos que envolvam as emoções das crianças, entre outros.

Além disso, essas brincadeiras substituem a falta de brincar dessas crianças e ajudam de forma inconsciente o desenvolvimento sensório motor e psíquico, agregando um ganho tanto no bem estar do convívio familiar, quanto também no desenvolvimento psicológico e de ensino aprendizagem dessas crianças.

Os E-BOOKS são disponibilizados por diversos psicólogos, em suas redes sociais pessoais ou em redes sociais voltadas para saúde mental, ajuda psicológica, atendimento infantil, como um exemplo que foi utilizado para desenvolver esse artigo é o perfil no Instagram @fantastica_mente que é da psicóloga Amanda Ferrari atuante em psicologia infantil de Ariquemes/RO.



CONSIDERAÇÕES FINAIS


Neste artigo buscou-se apresentar a dificuldade dos pais perante o isolamento social e as mudanças em suas rotinas, assumindo assim papeis que fugiam de suas realidades, bem como, as relações entre pais e filhos.

A atitude voluntária dos psicólogos em ajudar os pais neste momento de pandemia, está sendo de extrema importância, contribuindo para a orientação de pais e consequentemente um desenvolvimento adequado das crianças que estão em isolamento social.

Com base nas pesquisas realizadas, chegamos a conclusão de que os E-Books desenvolvidos pelos psicólogos, trazem considerações significativas para os pais, ajudando com que tenham um maior aproveitamento em suas relações com os filhos.



REFERÊNCIAS


MONTEIRA, Lilian. Convivência familiar na quarentena: laços colocados á prova. Atualizado em 04/2020. Disponível em <https://www.em.com.br/app/noticia/bemviver/2020/04/05/interna_bem_viver,1134690/convivencia-familiar-na-quarentenalacos-colocados-a-prova.shtml> Acesso em 20 maio 2020.


MAYARA, Jessica. Isolamento social exige adaptação famiiar. Atualizado em 04/2020. Disponivel em <https://www.em.com.br/app/noticia/bemviver/2020/04/19/interna_bem_viver,1139052/isolamento-social-exige-adaptacaofamiliar.shtml> Acesso em 20 maio 2020.


CRISTINA, Barbara. Quarentena e a relação pais-filhos. Disponível em <https://www.holiste.com.br/quarentena-e-a-relacao-entre-pais-e-filhos/> Acesso em 21 maio 2020.


OPAS Brasil. Folha informativa – COVID 19 (doença causada pelo novo coronavirus). Atualizado em 05/2020. Disponivel em <https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=6101:co vid19&Itemid=875> Acesso em 21 maio 2020.


MORGADO, Alice Murteira; DIAS, Maria da Luz Vale, PAIXÃO, Maria Paula. O desenvolvimento da socialização e o papel da familia. Vol.31. no.2 Lisboa jun.2013. Disponível em <http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S087082312013000200002> Acesso em 21 maio 2020.


FERNANDES, Waldemar José. A importância dos grupos hoje. Núcleo de Estudos em Saúde Mental e Psicanálise das Configurações Vinculares – NESME. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S167729702003000100012> Acesso em 21 maio 2020.


LAGO, Vivian de Medeiros ET AL. Instrumentos que avaliam a relação entre pais e filhos. Ver. Bras. Cresc. e Desenv. Hum. 2010; 20(2): 330-341. Disponivel em <http://www.periodicos.usp.br/jhgd/article/view/19970/22054> Acesso em 21 maio 2020.


BECKER, Fernando ET AL. Ser professor é ser pesquisador. Porto Alegre: Editora Mediação, 2007. Disponivel em <https://www.researchgate.net/profile/Andre_Da_Fonseca2/publication/322742818_SE R_PROFESSOR_E_SER_PESQUISADOR/links/5a6c8a28458515d407567080/SERPROFESSOR-E-SER-PESQUISADOR.pdf> Acesso em 21 maio 2020.

FERRARI, Amanda Carolina. Criança em quarentena. Rondônia. Disponível em <https://drive.google.com/file/d/1XNQ_Z3s1TvHOXqh5MDo8xymfIvzyfdrK/view> Acesso em 21 maio 2020.

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