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  • Psicologia

Saúde Emocional: Como Cuidar da Saúde Emocional em Tempos de Pandemia

Atualizado: 6 de jun. de 2020

Andrade, Débora de Freitas Alves; Silva, Luciana Maria.




RESUMO

Em um contexto de pandemia e isolamento social, onde muitas pessoas são tomadas pelo medo e ansiedade. O excesso de notícias sobre a doença, as incertezas quanto ao futuro e a desesperança, são fatores que podem desencadear doenças psíquicas e agravar os quadros daqueles que já estão adoecidos. É preciso voltar a atenção à saúde física e em especial a saúde psíquica. Portanto, esse trabalho tem como objetivo trazer informações a respeito da pandemia causada pelo coronavírus COVID-19, bem como tratar da importância de se cuidar do emocional em tempos de pandemia e trazer estratégias para amenizar as consequências do isolamento social.


Palavras-chave: Covid-19; Pandemia; Isolamento Social; Saúde Psíquica.


INTRODUÇÃO


Esta pesquisa tem como objeto de estudo a pandemia COVID19 e como cuidar do emocional em tempos de pandemia. Sobre este assunto, procura-se responder os questionamentos: o que é a COVID 19, quais aspectos do emocional podem ser afetados em tempos de Pandemia e porque é importante cuidar do emocional em tempos de pandemia.

Justifica-se o desenvolvimento deste projeto, pois estamos vivenciando um cenário de incertezas, medo e ansiedade. Desse modo, é necessário refletirmos sobre a importância de cuidarmos do nosso emocional. Com a

Pandemia COVID 19, as pessoas passam pelo risco de perderem suas vidas e a vida das pessoas que estão a sua volta. Devem permanecer em casa, em isolamento social, não podem ter contato com familiares e amigos. De repente as interações, tão importantes para a saúde emocional e desenvolvimento humano, passam a ser desaconselhadas, devido ao risco de contágio da doença. Os comércios e fábricas deixam de funcionar, muitas pessoas perderam seus empregos, micro e pequenas empresas começam a fechar as portas, o trabalho de toda uma vida é perdido. As pessoas passam a questionar como farão para sustentar suas famílias. Há um bombardeio de informações negativas por parte dos meios de comunicação. Em um momento como esses é preciso ter um olhar atento para as questões emocionais, pois esse contexto incerto, pode levar as pessoas a desenvolverem doenças psíquicas e piorar os quadros daquelas que já estão adoecidas.

Acreditamos que o isolamento social e o excesso de informações negativas estão afetando a saúde psíquicas das pessoas. Buscamos com essa pesquisa esclarecer essas questões, trazer informações a respeito da pandemia COVID19, discutir sobre a importância de cuidarmos do nosso emocional e trazer estratégias que auxiliem nesse processo.


1. O QUE É COVID-19?


De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde) a COVID-19 é uma doença causada pelo coronavírus, um vírus que causa infecções respiratórias. Os sintomas podem variar de um simples resfriado a uma pneumonia. Os sintomas mais comuns são: tosse, febre, coriza, dor de garganta e dificuldade para respirar.

Em 1937, os primeiros casos foram isolados, e só em 1965 esse vírus foi descrito como coronavírus, que recebe esse nome devido apresentar o formato de coroa, que pode ser visto através de um exame com aparelho microscópico. Esse novo agente foi descoberto em 31 de dezembro de 2019 em Wuhan na China, ele provocou a doença que hoje é chamada de coronavírus (COVID-19). Os especialistas acreditam que os morcegos foram os grandes transmissores do vírus e que a transmissão para o ser humano pode ter ocorrido por meio de outras espécies. Tudo começou quando vários casos de pneumonia começaram a aparecer na cidade de Wuhan, província de Hubai na República Popular da China. Era um tipo de vírus não identificado antes em humanos. Uma semana depois, no dia 7 de janeiro, esse vírus foi identificado como coronavirus, que já existia mas com o tempo sofreu mutações, sendo assim identificado como um novo tipo de coronavírus, nomeado temporariamente como 2019-nCoV e em 11 de fevereiro de 2020, recebeu o nome de SARS-CoV-2 que é responsável pela doença COVID-19.

Segundo a OMS, o surto da doença causada pelo novo coronavírus (COVID-19) foi declarado em 30 de janeiro de 2020, e em 11 de março de 2020, a COVID -19 foi caracterizada pela (OMS) como uma pandemia. Em 13 de maio de 2020 foram confirmados no mundo 4.170,424 casos da COVID-19. De acordo com a OMS, cerca de 80% dos pacientes mostram-se assintomáticas, 20% podem precisar de atendimentos hospitalar e desses casos, 5% podem necessitar de suporte ventilatório, ou seja, pode haver a necessidade de aparelho para respirar. Sua transmissão acontece de um indivíduo doente para o outro, através do toque, gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, ao tocar em objetos ou superfícies contaminados.

Para se ter um diagnóstico da COVID-19, primeiramente o profissional da saúde avalia a presença de critérios clínicos, e se o paciente apresenta alguns dos sintomas, ele é encaminhado para a realização de exames laboratoriais. A Biologia Molecular é um diagnostico que identifica tanto a presença de Vírus Sincicial Respiratório (VSR), a influenza e a COVID-19. Imunológico que é um teste rápido que pode detectar ou não a presença de anticorpos em amostras. O diagnostico também pode ser feito através de relatos.



2. ASPECTOS EMOCIONAIS EM TEMPOS DE PANDEMIA E ISOLAMENTO SOCIAL


De acordo com a Organização Pan- Americana da Saúde( OPAS/ OMS) (2020), uma pandemia pode trazer perturbações psicossociais, em que as pessoas podem sofrer tensões e angústias. Muitas vezes as pessoas terão que lidar com a morte de amigos e entes queridos, enfrentar momentos de dor e desespero. Dadas as circunstâncias, é natural que as pessoas se sintam angustiadas e com medo, mas também pode haver incidências de transtornos psíquicos, que podem ocorrer em menor ou maior grau, dependendo da vulnerabilidade da pessoa e gravidade do evento.

A Organização Pan- Americana ( OPAS/ OMS), alerta que em situações estressantes há uma grande carga emocional, pode ocorrer um desequilíbrio e incapacidade psicológicas de adaptação. Há um grande risco do surgimento de transtornos psíquicos, episódios depressivos e reações de estresse agudo. Pode haver aumento de comportamentos violentos e consumo excessivo de álcool e outras drogas. Podemos citar também o Estresse Pós Traumático, que surge em decorrência de situações ameaçadoras ou catastróficas, como é o caso da COVID19.

De acordo com COSTA (2020, p. 1), cada pessoa apresentará uma reação ao passar por situações estressantes. A forma como uma pessoa reage, dependerá de sua história de vida, dos grupos com quem convive e sobretudo de como se encontram suas defesas psíquicas naquele momento. Pessoas com doenças crônicas, idosos, profissionais da área da saúde que estão na linha de frente no combate a COVID19 e pessoas que tem transtornos mentais, poderão responder mais intensamente a esse estresse.

Com o intuito de impedir que as pessoas se contaminem, as autoridades de saúde, desenvolvem diversas estratégias, dentre elas está o isolamento social, no entanto, de acordo com CORREA ( Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2020) apesar de necessário, o isolamento pode causar muitos malefícios pois:


A população brasileira é considerada internacionalmente como muito calorosa. Abraços, beijos, toques são sinais de afeto e apreço comuns do brasileiro. Em tempos de pandemia e de isolamento social, esse distanciamento e essa mudança drástica do dia a dia podem causar sensações de depressão, ansiedade e, em casos mais graves como os de profissionais da saúde, o estresse pós-traumático.

Com o isolamento social as pessoas passam a perguntar sobre quem são. Somos obrigados a desacelerar, conviver de verdade com quem dividimos o mesmo teto. Mudamos os hábitos e a forma como enxergamos a vida. Coisas simples se tornam mais valiosas. Ao termos que mudar, buscar estratégias, olhar sob outra ótica, nos sentimos desconfortáveis, necessitamos muito da tecnologia, mas vamos percebendo que nada substitui o contato humano.

Ainda de acordo com COSTA (2020, p.1) “Devido ao período de distanciamento social, quarentena ou isolamento, a redução de estímulos, perda de renda pela impossibilidade de trabalhar e alterações significativas na rotina, algumas reações são comuns”. Nesse contexto, pode surgir um sentimento profundo de solidão, as pessoas podem passar a apresentar medo de adoecer e consequentemente morrer. Evitam procurar os serviços de saúde por medo de se contaminarem. Há uma preocupação com a obtenção de remédios e alimentos. As pessoas passam a experimentar sentimentos de raiva, frustração, irritabilidade, desesperança, tedio, solidão, medo de ser socialmente excluído, caso fiquem doentes, sentem-se impotentes quanto aos desafios e passam a temer adoecer psiquicamente.

COSTA (2020, p. 2 ), esclarece que diante desse cenário pode haver consequências a longo prazo, as pessoas podem passar a apresentar desconfiança de informações oferecidas pelas autoridades, podem presentar recaídas ou desenvolver transtornos mentais, devido ao não acesso aos serviços de saúde mental. Podem apresentar estresse ligado às questões financeiras e de emprego. Impossibilidade de suprir suas necessidades básicas.



3. COMO CUIDAR DO EMOCIONAL EM TEMPOS DE PANDEMIA


A OMS ( Organização Mundial da Saúde, 2020), alerta sobre a pressão psicológica em que as pessoas estão vivenciando devido ao isolamento e as incertezas que se apresentam. Com o intuito de amenizar esses problemas, divulgou um guia direcionado a população em geral sobre como cuidar da saúde mental em tempos de pandemia. Nesse guia ela alerta que o consumo exacerbado de notícias sobre a COVID-19 pode causar sensações de ansiedade e pânico, portanto, devemos diminuir o tempo e filtrar aquilo que vamos assistir ou ler. Buscar informações em fontes confiáveis, de forma evitar notícias falsas e sensacionalistas. É preciso verificar e questionar as informações. Procurar repassar histórias positivas de pessoas que superaram a doença.

Precisamos pensar que estamos passando por um momento difícil, mas que vai passar. É preciso que haja união, que passemos a encontrar em meio ao caos, alternativas para vencer os desafios. Sobre isso COSTA (2020, p. 3) destaca:


Porém, para além dos desafios, emergem, em meio às turbulências, consequências positivas. Em momento críticos, as pessoas se orgulham por terem encontrado alternativas para lidar com a situação e terem desenvolvido resiliência. Em desastres, os membros da comunidade frequentemente mostram altruísmo e cooperação, e as pessoas experimentam um sentimento de satisfação em poder ajudar os outros. A construção de um sentido para o que é vivenciado também traz certo alívio. É inevitável pensar sobre quais são as nossas prioridades na vida. ( COSTA, 2020, p.3)

Ao sentir dificuldade em lidar com os problemas, não devemos ignorar os nossos sentimentos, sim reconhecê-los. A OMS (2020), ressalta que devemos procurar ajuda de um profissional da saúde e consulta psicológica, mesmo que virtualmente. Com o distanciamento precisamos lançar mão das ferramentas tecnológicas para amenizarmos o problema que se apresenta. Dessa forma será possível promover o contato com amigos e familiares, mesmo que de forma remota.

A OMS (2020), esclarece que é preciso cuidar da saúde, estabelecer uma rotina com horários para alimentação, para dormir e acordar. Tomar as medicações regulares. Não fazer uso de álcool e de outras drogas como fuga dos problemas. Devemos pensar que é um momento que vai passar. Procurar realizar atividades prazerosas, como ler um livro, assistir filmes, ouvir músicas, praticar exercícios físicos, conversar com pessoas confiáveis. Pois de acordo com COSTA (2020, p. 3), é preciso encontrar tarefas para realizar em casa, tais como: organizar caixas, armários e ou fazer pequenos reparos. As pessoas que estão em teletrabalho, precisam estabelecer pausas de 5 minutos a cada uma hora de trabalho e estabelecer uma rotina com horário para as refeições e descanso. Ainda de acordo a autora, é preciso também pensar nas crianças, que devido ao cancelamento das aulas estão mais tempo em casa e precisam de um olhar atento. Devemos procurar acalmá-las e ludicamente ensiná-las como podem se proteger. É possível também buscar formas de ajudar a comunidade, pois essas são ações que podem trazer satisfação e estreitar os laços de amizade.


CONSIDERAÇÕES FINAIS


Neste artigo buscou-se responder aos questionamentos sobre o que é a COVID-19, como acontece o contágio e quais são os sintomas mais comuns, quais aspectos do emocional podem ser afetados em tempos de pandemia e como cuidar do nosso emocional em tempos de pandemia.

De acordo com os achados teóricos, foi possível comprovar que o isolamento social, proposto pelas autoridades de saúde, apesar de necessário para combater a COVID-19, tem acarretado prejuízos à saúde psíquica das pessoas. A exposição exacerbada a notícias sobre a pandemia tem causado pânico, ansiedade e agravado os quadros de doenças psíquicas. As pessoas ficam apreensivas quanto ao futuro e apresentam dificuldade em lidar com desafios que se apresentam.

Mesmo em um cenário difícil é possível encontrar estratégias para cuidar do emocional. Devemos reconhecer os nossos sentimentos, pois em momentos de grande estresse, é natural que sintamos medo e ansiedade. Ao encontrar dificuldade em lidar com os desafios, é recomendável procurar ajuda de um profissional habilitado. Como forma de minimizar os impactos do isolamento, é possível fazer uso das tecnologias para conversar com amigos e familiares. Realizar atividades relaxantes e prazerosas, tais como leitura, ouvir música, cantar, realizar exercícios físicos, entre outros.

É importante procurar manter uma rotina saudável, não descuidar da alimentação e horas de sono. É possível praticar a empatia e solidariedade, que com certeza poderão trazer satisfação e bem estar.

Esse trabalho não tem como foco esgotar o tema que é bastante amplo, mas pode contribuir para auxiliar as pessoas a pensarem na

importância de cuidar do emocional, principalmente nesse contexto que se apresenta e trazer algumas estratégias para manter a saúde psíquica.



REFERÊNCIAS


COSTA, Fernanda Benquerer. A Saúde Mental em Meio à Pandemia COVID-19. Disponível em: http://www.saude.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2018/03/NotaInformativa-A-Sa%C3%BAde-Mental-e-a-Pandemia-de-COVID19poss%C3%ADveis-impactos-e-dicas-de-gerenciamento-para-apopula%C3%A7%C3%A3o-geral.pdf. Acesso em: 16/05/2020.


ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. COVID-19: OMS divulga guia com cuidados para saúde mental durante pandemia, 2020. Disponível em: https://www.ladoaladopelavida.org.br/detalhe-noticia-ser-informacao/covid-19oms-divulga-guia-com-cuidados-para-saude-mental-durante-pandemia. Acesso em: 14/05/2020.

ORGANIZAÇÃO PAN- AMERICANA DA SAÚDE. Folha Informativa - COVID19 (doença causada pelo novo coronavírus), 2020. Disponível em: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=610 1:covid19&Itemid=875. Acesso em: 15/05/2020.

ORGANIZAÇÃO PAN- AMERICANA DA SAÚDE. Proteção da Saúde Mental em Situações de Epidemias. Disponível em: https://www.paho.org/hq/dmdocuments/2009/Protecao-da-Saude-Mental-emSituaciones-de-Epidemias--Portugues.pdf. Acesso em: 12/05/2020.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO. CORREIA, Ana Carolina. Coronavírus: Saúde Mental em Tempos de Isolamento, 2020. Disponível em: https://ufrj.br/noticia/2020/03/25/coronavirus-saude-mental-em-tempos-deisolamento. Acesso em: 15/05/2020.










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